quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Carta aos Cineclubistas e Cineclubes Brasileiros

Prezad@s,

Resolvi escrever esta Carta aos Cineclubistas e Cineclubes Brasileiros em função da Jornada Nacional que se avizinha.
Isso se deve ao fato que na última Pré-Jornada Nacional de Cineclubes, acontecida em novembro de 2009, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, o Presidente do CNC – Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros, Antônio Claudino de Jesus, ao final do referido encontro, lançou o meu nome para sucedê-lo na presidência.
Todos sabem de meu apreço e consideração pelo trabalho do Claudino. Fui seu Vice-Presidente nas duas últimas gestões do CNC. Além ter sido seu colega, por um ano, na Comissão de Rearticulação de Movimento Cineclubista. Isso entre 2003 e 2004.
Gostaria de salientar ainda que ele já havia falado comigo sobre isso ainda antes da Jornada de 2008, em Minas Gerais. E ambos acordamos que ainda não era aquele o momento de sucedê-lo.
No entanto, agora, após a minha experiência no mandato na Vice-Presidência e do intercâmbio com os colegas da atual Diretoria e também com os Diretores Regionais tenho convicção que muito pode ser feito. Desde que de forma coletiva e compartilhada.
Claudino de Jesus tem meu total respeito e admiração. É um Cineclubista na completa acepção da palavra. Por isso mesmo cheguei a conversar com ele sobre a possibilidade de ele manter-se no cargo. Mas, em suas palavras, é hora de algumas mudanças e renovações. E, em função disso, não aceitaria que eu não colocasse o meu nome para concorrer na próxima Jornada Nacional de Cineclubes Brasileiros, que acontecerá em 2010, em Recife, Pernambuco.
Trata-se, todos sabem, de uma jornada muito importante. Temos muitas decisões pela frente. Os rumos do cineclubismo brasileiro e internacional passam, certamente, por este encontro. Tivemos muitas vitórias desde a retomada do movimento em 2003 e, com certeza, os últimos anos foram intensos nas parcerias e conquistas nacionais e também fora do país.
Não tenho nenhum receio de afirmar que o CNC foi, nos últimos anos, protagonista em propostas fundamentais para o avanço do cinema brasileiro, para a democratização do acesso do público ao audiovisual, pela constante defesa dos direitos do público e, ao mesmo tempo, por encaminhar reflexões e parcerias com os diretores, produtores, enfim com realizadores nacionais.
Desde já manifesto aquilo que é também o pensamento de muitos. Lançamos o nome de Antônio Claudino de Jesus à Presidência da FICC – Federação Internacional de Cineclubes. Ele que, atualmente, ocupa a Vice-Presidência da referida instituição.
Então, escrevo esta carta, por que sei que muitos aguardavam um posicionamento público meu.
A hora é de decisões importantes ao movimento. Não me furto, pois, de fazê-lo e dizer que sim, sou candidato a Presidência do CNC na eleição que ocorrerá na Jornada e estou falando com muitas pessoas para saber suas opiniões para que todos possam realizar um trabalho em conjunto.
Desde que o Claudino cogitou essa possibilidade estou pensando na árdua tarefa que, caso eleito, com muitos companheiros Cineclubistas, teremos que exercer. Sabemos todos que é impossível substituir o trabalho e o carisma de nosso atual Presidente. Isso é fato. Mais, se Claudino me indicou, quero registrar minha honra ao receber tal incumbência. Mas reitero é uma incumbência coletiva. Só dará certo se fizermos de uma forma democrática e horizontalizada na execução das tarefas. Ou seja, na chapa que estarei, caso for aceita e eleita pelo movimento, a idéia é que todos os diretores representem o CNC e que possamos dar a continuidade aos avanços até aqui.
O número de cineclubes no Brasil aumentou de forma a entusiasmar a todos. Portanto, caso eleitos, temos que trabalhar para que todos esses Cineclubes e Cineclubistas estejam devidamente representados.
Defender o Cineclubismo não é uma tarefa. É uma filosofia de vida. Somos Cineclubistas. Fazemos Cineclubismo. Somos movimento. E, como movimento requeremos sempre a crítica e a construção conjunta.
De imediato gostaria de deixar transparente a todos que tenho lido dezenas de mensagens, recebido telefonemas e falado com muita gente. Tudo isso para entender melhor todo o processo que vem pela frente bem como para, de fato, poder construir com todo o movimento, uma série de ações que firmem tantas conquistas que tivemos até aqui bem como encaminhar tantas outras.
Mais uma vez gostaria de deixar muito transparente o que penso e compartilhar com todos que convidei a colega cineclubista Sáskia Sá para compor minha chapa no cargo de Vice-Presidente. Entendo que Sáskia vem realizando um grande trabalho na atual diretoria e que está à frente de uma série de reflexões e encaminhamentos propositivos aos Cineclubes e Cineclubistas Brasileiros.
Ao mesmo tenho vários nomes que gostaria que compusessem minha chapa e estou abrindo esse debate público de forma respeitosa a todos. Poderia citar aqui vários nomes de Cineclubistas que falei sobre a possibilidade de comporem uma chapa. Muitos já aceitaram e tantos outros podem vir a compor. Logo apresentarei todos esses nomes para a avaliação do movimento.
Novamente ressalto que resolvi escrever esta carta, para que esse processo fique cada vez mais ligado ao movimento como um todo. Para que cada Cineclubista possa contribuir com sua opinião.
Para encerrar gostaria de salientar algumas coisas:
Outras chapas são muito bem vindas. O processo democrático é exatamente isso. O confronto de idéias e pensamentos. E, estou pronto para fazê-lo.
Devemos dar continuidade aos avanços que a atual Diretoria do CNC conseguiu. Isso, independente de nomes, é fundamental. Não podemos regredir!
Nossas parcerias com o CBC – Congresso Brasileiro de Cinema, ABD – Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas, com a Coalizão Brasileira pela Diversidade Cultural e com o Fórum dos Festivais, e seus respectivos dirigentes, além de outras entidades do cinema brasileiro, devem continuar. Juntos tivemos muitos avanços. E, nossa atuação em parceria trouxe um produtivo intercâmbio.
Parcerias como a feita com o Programa Cine Mais Cultura e com a Programadora Brasil demonstram a importância do CNC ao mesmo tempo em que reafirmam nossa interlocução tanto com a sociedade civil como com os entes públicos.
Por fim, caso a chapa que represento seja eleita, convidaremos de imediato o nosso atual Presidente, Antônio Claudino de Jesus, para ser Assessor Especial da Diretoria.

Um cordial abraço,
Luiz Alberto Cassol
Cineclubista e candidato à Presidência do CNC

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