O Pioneiro, em 31/08/2010
Progresso cultural passa por ações conjuntas, diz ministo
Durante palestra realizada ontem na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), o ministro da Cultura, Juca Ferreira, defendeu que a responsabilidade de gerar desenvolvimento cultural é de todos: políticos, empresários e cidadãos. À União cabe, quase que exclusivamente, atender a demanda dos municípios e unidades da federação. Mas não apenas a elas.
- Temos uma série de políticas públicas para várias áreas específicas, como patrimônio. Mas procuramos atender a demanda que chega a esses projetos – afirma Ferreira.
Segundo ele, 53% da Cultura no país se realiza na informalidade. Apoiar a sua difusão implica em apostar em uma atividade que gera empregos e é sustentável. E, apesar dos avanços registrados na pasta – como geração de recursos para a área do cinema maior do que na época da Embrafilme e descentralização dos recursos de financiamento que se concentravam no Rio de Janeiro e em São Paulo -, é necessário investir antes em formação de público, que no Brasil é ainda muito restrito.
Dados de uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Cultura apontam que apenas 5% da população entrou alguma vez em um museu, só 13% dos brasileiros vão ao cinema e 17% compram livros.
- Cultura deve ser tratada como necessidade básica, é um direito do brasileiro. E o Estado deve suprir essa necessidade – diz, ressaltando a importância de desenvolver a educação básica aliada à cultura.
A parceria com os empresários para promover a Cultura foi exaltada pelo ministro, já que na ocasião, 43 empresas caxienses foram agraciadas pela prefeitura com o troféu Empresa Amiga da Cultura. Do total de empresas do país, no entanto, só 5% utilizam o incentivo fiscal para financiamento de projetos culturais – há recursos de R$ 1,5 bilhão disponíveis a serem investidos.
Ferreira diz, também, que talvez seja necessário fomentar promotores de cultura. Em Caxias do Sul, por exemplo, houve apenas oito inscrições para a criação de 10 pontos de cultura.
- Grupos normalmente não acreditam que podem ser beneficiados. Cabe à prefeitura dar assessoria para capacitar esse pessoal a concorrer – sugere.
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