segunda-feira, 1 de março de 2010

MOSTRA DE CINEMA do SESC

PERÍODO: 02 à 5 de março
LOCAL: SES-ITAJAÍ (Av. Marcos Konder, 888)
HORÁRIO: 20h
Entrada Franca

03/03 quarta-feira: Machuca (2004, Chile, direção de Andrés Wood).

04/03 quinta-feira: Lavoura Arcaica (2001, Brasil, direção de Luiz Fernando Carvalho).

05/03 sexta-feira: Whisky (2004, Argentina, direção de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll.




Sinopse
Chile, 1973. Gonzalo Infante (Matías Quer) e Pedro Machuca (Ariel Mateluna) são dois garotos de 11 anos que vivem em Santiago. O primeiro, numa bela casa situada num bairro de classe média. O segundo, num humilde povoado ilegal instalado a poucos metros de distância da escola. Dois mundos separados por uma muralha invisível que alguns sonham em derrubar na intenção de construir uma sociedade mais justa, como o padre McEnroe (Ernesto Malbran), diretor de um colégio particular de elite onde Gonzalo estuda. Em meio à política comunista instalada por Salvador Allende no país, o diretor decide fazer uma integração entre estes dois universos, abrindo as portas do colégio para os filhos das famílias do povoado. É assim que Pedro Machuca (Ariel Mateluna) vai parar na mesma sala de Gonzalo, ponto de partida para uma amizade cheia de descobertas e surpresas, que acontece paralelamente ao clima de enfrentamento que vive a sociedade chilena na violenta transição de Allende para Pinochet.

Informações Técnicas
Título no Brasil: Machuca
Título Original: Machuca
País de Origem: Chile / Espanha / Reino Unido / França
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 121 minutos
Ano de Lançamento: 2004
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Mais Filmes
Direção: Andrés Wood



Lavoura Arcaica
Direção: Luiz Fernando Carvalho
Com: Selton Mello, Raul Cortez, Simone Spoladore
Drama – Brasil – 2001 – 172 Minutos

Lavoura Arcaica mostra Pedro, filho mais velho de imigrantes libaneses, a mando da mãe, se reencontrando, em um quarto de uma pensão interiorana com seu irmão André, a “ovelha negra”, para tentar levá-lo de volta para casa. Nesse mesmo quarto de pensão, em um diálogo exaltado, André conta à Pedro o porque de sua partida, transformando sua narrativa em flashes de sua infância e de sua adolescência.
Faltam-me palavras para descrever uma obra tão grande, tão pretensiosa, genial e dotada de uma beleza rara como Lavoura Arcaica. Baseando-se na obra de Raduan Nassar, o diretor Luiz Fernando Carvalho, conduziu de forma milagrosa a que é, a meu ver, a maior obra-prima do cinema nacional: Um filme único, forte, lírico, difícil, tenso, denso e carregado de poesia.
É impossível ficar indiferente às metáforas, ao texto, ao maravilhoso trabalho de fotografia, a pesada trilha sonora, a perfeição na reconstituição de época e as atuações extremas de Raul Cortez e Selton Mello (O diálogo que ambos têm à mesa, na noite da volta de André é de chorar, se arrepiar e ficar estupefato), este na melhor atuação da sua vida, (É difícil dizer isso, depois que o mesmo fez o hilário Lourenço de O Cheiro do Ralo) equilibrando total insanidade com argumentos visivelmente lúcidos. Outra atriz que rouba a cena é Simone Spoladore, em algumas das cenas mais sensuais da história do cinema (clique aqui). É apaixonante.
Lavoura Arcaica foge completamente dos padrões do cinema comercial e ganha seu lugar ao sol com suas quase três horas de extremo lirismo e poesia. Em alguns momentos de delírio, chega até a lembrar alguns trabalhos de David Lynch (clique aqui), tamanho desconforto que transmite ao espectador. Não é um filme fácil, porém é obrigatório a qualquer amante do cinema nacional e mundial.
Afirmo com convicção que Lavoura Arcaica está um patamar acima de quase todas as obras cinematográficas feitas até hoje, sem puxar o saco. Parabéns Luiz Fernando.


"Whisky" é a palavra que um dos personagens do filme, um fotógrafo, pede para as pessoas dizerem, para que se apresentem sorrindo nas fotos. Entre o drama e a comédia, filmada com câmera fixa e com um tratamento da película que dá uma tonalidade sépia às imagens, "Whisky" trata, com sutileza e humor penetrante, dos efeitos da solidão na alma humana.
Diretor: Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll
Elenco: Andrés Pazos, Jorge Bolani, Mirella Pascual
Produção: Murilo Salles e Lírio Ferreira
Roteiro: Lírio Ferreira, Hilton Lacerda, Sérgio Oliveira e Eduardo Nunes.
Fotografia: Bárbara Álvarez
Edição: Fernando Epstein
Música: Pequena Orquestra Reincidentes
Duração: 94 min.
Ano: 2004
País: Uruguai
Gênero: Drama

postagem Cláudia Regina Telles

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